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Google pretende investir US $ 10 mil milhões na Índia (15.07.2020)

Posted on: July 16, 2020 | Back | Print

Google pretende investir US $ 10 mil milhões na Índia

A Google anunciou que pretende investir US $ 10 mil milhões na Índia nos próximos anos, inclusivé em investimentos em infra-estruturas e em participações, numa altura em que empresas de Silicon Valley lutam por uma posição num dos mercados online que regista um dos maiores crescimentos a nível mundial.

Sundar Pichai, CEO da Google e da empresa-mãe Alphabet, anunciou o esquema após conversar com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, na segunda-feira. Modi descreveu a conversa como "extremamente proveitosa", tendo sido abordadas novas práticas laborais durante a pandemia de coronavírus e segurança on-line.

"Isto reflecte a nossa confiança no futuro da Índia e na sua economia digital", disse Pichai num evento online.

A promessa, que não incluía detalhes específicos e que se aplicará aos próximos "cinco a sete anos", marca a mais recente tentativa por parte de uma grande empresa de internet dos EUA de atrair a liderança de um país que ameaçou colocar obstáculos às formas preferenciais de fazer negócios por parte de Silicon Valley.

A Índia insistiu que a monitorização governamental deveria ter precedência sobre o tipo de criptografia que está a tornar-se a norma nos serviços de internet dos EUA, procurando limitar o poder local do oligopólio das grandes empresas tecnológicas.

Jeff Bezos, CEO da Amazon, esteve no país no início deste ano para prometer investimento no valor de US $ mil milhões e apoiar US $ 10 mil milhões em vendas de exportação indianas nos próximos cinco anos, enquanto a sua empresa enfrenta uma investigação antitrust local.

A promessa da Google também ocorre três meses depois do rival Facebook ter investido US $ 5,7 mil milhões na Jio Platforms, a empresa de telecomunicações indiana que mais cresce, e ter lançado uma série de serviços digitais.

Jio, parte integrante do conglomerado de petróleo para retalho de Mukesh Ambani, a Reliance Industries, também vendeu participações a outros 11 investidores estrangeiros, incluíndo à companhia satélite das empresas americanas de fabrico de chips, Intel and Qualcomm, assim como ao Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, KKR and Silver Lake.

A Google também analisou investimentos com a Jio e com a rival Vodafone Idea nos últimos meses, reportou anteriormente o Financial Times. A Apple também reforçou o fabrico do iPhone no país através do seu fornecedor, Foxconn.

A Google descreveu a sua imprecisa promessa de gastos como um "Fundo de Digitalização da Índia", e disse que iria abranger acesso à Internet acessível, desenvolvimento de novos produtos adaptados às necessidades do mercado indiano, e aceleração da transformação digital, assim como nas áreas da saúde, educação e agricultura.

A Índia, com 1,3 mil milhões de habitantes, representa uma das maiores oportunidades para empresas de tecnologia em todo o mundo, agora que centenas de milhões de indianos começaram, nos últimos anos, a fazer uso de smartphones e a aceder à Internet. O Google Pay, o serviço de pagamentos digitais da empresa, cresceu rapidamente desde o seu lançamento no país, em 2017.

O crescente interesse por parte da Google e de outros investidores norte-americanos na Índia ocorre numa altura em que a tensão na fronteira entre a Índia e a China delimita os acessos a investidores da China, a outra grande fonte de capital estrangeiro do país do sul da Ásia. Gigantes chineses da internet, como Tencent e Alibaba, juntamente com empresas chinesas de capital de risco, tornaram-se naqueles que mais investem em tecnologia indiana.

Mas em Abril a Índia alterou as suas regras de investimento estrangeiro, exigindo a aprovação governamental para todos os possíveis investidores chineses.

Uma acentuada escalada de tensão após um conflito letal na fronteira com os Himalaias, no mês passado, levou as autoridades a proibir 59 aplicativos chineses, incluindo o TikTok, da ByteDance.

O acesso à Índia, agora o segundo maior mercado de comunicações móveis do mundo, é particularmente importante para a Google, agora que está afastada da China e terá eventualmente de lidar com maiores dificuldades de funcionamento em Hong Kong, após a aprovação da nova lei de segurança no mês passado.

"A Google está a revelar as suas capacidades ao tentar investir uma quantia bastante substancial na transformação digital da Índia", disse Ravi Shankar Prasad, Ministro da Electrónica e das Tecnologias de informação da Índia. "Estou muito contente por a Google estar a reconhecer a inovação digital da Índia e a necessidade de criar mais oportunidades".